2.5.06

Alta, magra, quase como uma modelo, ela fica ali só de enfeite. Pensa que é mais chique e fina do que seus companheiros e olha com desdém para os porta-retratos, os vasinhos e os outros enfeites que ocupam a sala. Apesar de estar praticamente anoréxica, se acha superior às outras velas decorativas, todas baixinhas e gordinhas. Esquece de lembrar que é menos estável que todos os outros, que pode cair ao menor toque.
Mas ela não liga para nada disso. Segue ali, com seu ar blasé, ignorando o que se passa a sua volta. Dizem que as velas costumam ser esquentadinhas, mas esta é de uma frieza sem igual. A única coisa que a deixa de cabeça quente é pensar que, um dia, caso acabe a luz e não seja possível encontrar aquelas velas de segundo escalão que são úteis nessas horas, ela seja acesa e perca todo seu glamour, se transformando numa simples vela operária.
No fundo, por trás de toda essa pose, ela guarda uma certa inveja dos lustres e abajoures. Para a vela, eles que são felizes, sendo muito mais eficientes na hora de iluminar e sem perder a sua beleza. Enquanto a vela um dia morrerá de tanto trabalhar, deformada e esgotada.

2 Comments:

At 12:17 AM, Blogger Tarcisio Torres said...

Enquanto inútil, bela, enquanto trabalha, tende a ficar feia e morrer... enquanto não serve para nada, mostra seu glamour, que se mostra pobre ao primeiro sinal da necessidade.

Muito boa essa construção da vela.

 
At 6:27 PM, Blogger Jaime Ohana said...

Seu blog ta LINDOOOOOOOOOOOOO!!!
SOU NOVO AQUI NO BLOGGER! ESPERO QUE POSSAMOS TROCAR IDEIAS E INFORMAÇAO SOBRE NOSSOS POS E ATIVIDADES..FUI

 

Postar um comentário

<< Home